Investir em tráfego pago para DH? Sou contra!

Devo investir em tráfego pago se eu trabalho com desenvolvimento humano?

Obviamente, por eu ser publicitário, me perguntam isso quase diariamente. Mas como eu não sou gestor de tráfego ou marketeiro digital (me especializei em venda de serviços intelectuais de alto valor, então meu foco é diferenciação e posicionamento PREMIUM, não apenas venda por volume) eu quero hoje passar meu ponto de vista pessoal sobre o tráfego pago, quando o foco são os especialistas em desenvolvimento humano (DH), como terapeutas, psicólogos, hipnólogos, consteladores, coaches e afins.

Acredito que minha postura seja um pouco radical ou polêmica, mas algumas ponderações me fazem levar a essa minha escolha de nunca ter feito um anúncio pago (mesmo eu não sendo um especialista em DH) e quero compartilhar contigo esses 3 pontos (o 3º é um pouco polêmico, admito)...

3 pontos negativos do tráfego pago:

• Primeiro ponto: Resultados esperados.

Dez anos atrás, os resultados de um anúncio pago no Instagram eram BEM superiores por dois quesitos simples: Concorrência e algoritmo da plataforma.

A concorrência veio aumentando de maneira gradual até a pandemia. A partir de 2020, o mercado acelerou vertiginosamente a procura de novas formas de se ganhar dinheiro. Isso fez com que milhões (sim milhões) de brasileiros olhassem para a criação de produtos digitais com olhos de "salvador da pátria" durante a crise mundial mais impactante dos últimos 80 anos.

Com essa concorrência, a qualidade final dos infoprodutos caiu abruptamente, uma vez que pessoas despreparadas buscavam resultados rápidos e os gurus apareciam com "pílulas mágicas" ou promessas mirabolantes o tempo todo. Então uma grande massa de produtos ruins e serviços mal clonados tomaram o mercado de assalto, deixando o público descontente e caindo rapidamente o faturamento de cada infoprodutor.

Hoje em 2023, grandes players do mercado estão falindo ou sumindo e a descrença em profissionais diversos, inclusive coaches, cresce a ponto de separar o joio do trigo (o que eu particularmente acho ótimo, para que os bons coaches sobressaiam).

Enquanto isso, grandes plataformas como o Instagram mudaram suas regras (a mudança mais famosa foi em julho de 2022, chamada de Tiktokrização) e os resultados dos anúncios caíram escandalosamente, levando à falência milhares de agências de tráfego mundo afora, e trazendo prejuízo a todos, apenas alegando maior democratização de conteúdo.

Então em 2023, colhemos um meio de comunicação que os torna refém de 30 stories diários, carrosséis diários, reels diários e sabe lá Deus mais o que, apenas porque os resultados dos anúncios não geram nem 1/6 dos resultados pré-pandemia.

• Segundo Ponto: Conhecimento necessário.

Duas palavras que são MENTIRAS nesse mercado: Fácil e Rápido!

Para você entrar para o mundo digital e dominar o mínimo necessário sobre anúncios, você precisa de diversos cursos, em diferentes aspectos (criação de conteúdo, copy, arte, gravação de vídeos, anúncios, funil de vendas, páginas de captura, disparo de emails, chatbots, integração com ferramentas de cobrança, remarketing, CRM, e mais um monte de coisa que eu mesmo desconheço).

Outro detalhe: Estude o vocabulário: CPC (Custo por clique); CTR (Taxa de cliques); CPL (Custo por Lead); ROAS (Return on Advertising Spend) – retorno do investimento em publicidade; CPM (Custo por 1.000 Impressões); segmentação; social commerce; CX; CS; UX; TX;

Ou simplesmente contrate um gestor de tráfego, um copywriter, um gestor de vendas, um gestor financeiro e um publicitário para começar a empreender direito.

• Terceiro ponto: Humanização

Esse ponto é minha visão pessoal. Talvez você não concorde, mas nos meus 30 anos como vendedor, designer e publicitário, eu pude estudar bem as diferenças entre vender um produto e um serviço, mas tem uma classificação de serviços que precisa de uma atenção especial: a FRAGILIDADE EMOCIONAL do cliente!

Se você trabalha com qualquer área do desenvolvimento humano, você já deve ter chegado à conclusão que eu cheguei, que é a mesma premissa da área médica:

Existem médicos que trabalham com o "lado positivo" do paciente e os que atendem o "lado negativo". 

Alguns exemplos:

Lado positivo: Dentistas que trabalham com tratamentos estéticos ou cirurgiões plásticos, por exemplo.

Lado negativo: Médicos de qualquer especialização clássica, desde cardiologistas até urologistas. Aquela famosa piadinha de médico ao final de uma consulta: - Espero não te ver tão cedo novamente!

O que estou chamando de positivo e negativo aqui é o estado emocional do paciente que decide procurar esse profissional.

Quando procuramos um procedimento estético (salvo exceções e acidentes) estamos num estado de felicidade, buscando melhorar a autoestima e a vaidade, ou seja, estamos no lado positivo do espectro. Mas quando estamos doentes ou sentindo dor procuramos um especialista.

Pois bem, agora reflita comigo:

Alguém procura um coach quando está ótimo, feliz com o trabalho e está tudo andando bem?

Alguém procura um hipnólogo por estar sem trauma algum, gozando de saúde perfeita?

Alguém procura um constelador quando está em plena harmonia com todos os membros da sua família?

Acho que deu pra você entender pra que lado esse terceiro ponto está indo, não é?

99% dos clientes que buscam um especialista em DH estão nem estado emocional FRÁGIL! A maioria tem sentimentos como frustração, medo, vergonha, raiva, tristeza, quando o assunto é a sua própria emoção, e externalizá-la é algo muitas vezes doloroso, concorda?

Então ao meu ver, EXPOR esses sentimentos através de anúncios sobre tratamento é uma AFRONTA a todas as pessoas que esse anúncio pretende atingir, ou melhor, atrair com uma boa copy. Então eu sou realmente contra anúncios que usam do marketing comercial para escalar e alcançar milhares de pessoas fragilizadas por uma questão emocional.

Vamos a uma comparação simples:

Você já viu uma copy em algum anúncio dessa forma:

- Seu cabelo está caindo? Vai precisar de peruca? Não perca mais tempo! Conheça nossa loja e fuja da vergonha da sua quimioterapia! Linha exclusiva anti-vômito! Vença o seu câncer! Clique agora e garanta 10% de desconto!Não sei você, mas eu considero essa copy de EXTREMO mal gosto e falta de sensibilidade! E esse é o motivo que eu não gosto de anúncios de terapia e outros tratamentos para aflições emocionais.

Aliás, eu também me sinto conversando com pessoas em um estado emocional mais delicado, porque ninguém que está vendendo superbem e plenamente satisfeito com seus resultados financeiros iria me contratar. Mas com certeza meus colegas de profissão não compartilham da minha visão, e eu não os julgo, uma vez que minha entrega é muito menos delicada do que alguém sofrendo de depressão ou ansiedade crônica, por exemplo.

- Mas Demitrios, se você não quer que eu faça anúncios, como eu devo abordar e atrair mais clientes?

HUMANIZANDO sua comunicação!

Convide pessoas para uma conversa. Escute e preste atenção aos seus anseios, entenda seu cenário atual e ofereça uma "solução focada na solução" (e não no dinheiro dele).

A palavra que te trará mais diferenciação e posicionamento é HUMANIZAÇÂO! É isso que aumenta a percepção de valor do seu cliente. Esse novo perfil de cliente não busca mais "pílulas mágicas para ser feliz". Ele quer um ESPECIALISTA, que saiba conduzi-lo pelo caminho correto ao encontro dos seus objetivos. E eu garanto que é isso que você estudou para ser!

Se você leu até aqui, eu quero te pedir um favor: Volte nos comentários desse post e me dê sua opinião sincera sobre concordar ou discordar de mim. Eu realmente, pela primeira vez aqui, expus um ponto de vista meu que não é o da maioria, e seria muito valioso pra mim ouvir sua opinião. Se preferir me conte diretamente no meu Whats pessoal: 47 99140 1170